Com os recursos para financiamento a serem anunciados em breve pelo governo federal, por meio do Plano Agrícola e Pecuário 2025/26, os produtores podem ter, enfim, a oportunidade de adquirirem o seu equipamento de irrigação.
A observação é do gerente técnico comercial de irrigação da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, Thassio Monteiro, ao explicar que embora haja a expectativa de juros mais altos para o Proirriga (Programa de Financiamento para Agricultura Irrigada) do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) devido aos aumentos recentes da Taxa Selic, hoje em 14,25% ao ano, a aquisição pode ser vantajosa para o produtor paranaense.
Isto porque, segundo Thassio, o governo do estado renovou portaria concedendo um subsídio de 5% para promover um abatimento das taxas de juros. “Se, por exemplo, o Plano Safra vier com um financiamento à taxa anual de 12%, o custo final para o produtor paranaense, considerando esse subsídio, cairá para 7% ao ano, tornando-se bastante competitivo”, salienta.
“O principal ponto a ser observado com a irrigação é que o produtor consegue garantir a sua produtividade em anos mais difíceis, além de alcançar altas produtividades em anos de clima normal. Quem possui irrigação, foge da sazonalidade climática”, ressalta o gerente, ao mencionar que nos últimos três anos, dois foram considerados ruins devido aos veranicos ocorridos nos períodos mais críticos da lavoura de verão, principalmente. “Sem a irrigação, não há como o produtor fazer um planejamento do seu negócio”, acrescenta, citando ainda que quem conta com esse recurso, se encoraja a investir mais em tecnologias para fomentar a sua produtividade.
O gerente destaca também que a irrigação não é uma ferramenta da qual se lança mão apenas para produzir mais e, sim, equipar-se com uma tecnologia que acaba se pagando com a diferença de volume colhido em comparação a uma lavoura de sequeiro. “Quando nós, da Cocamar, iniciamos um projeto de irrigação com um produtor interessado, fazemos todo um detalhamento que envolve a parte ambiental, elétrica, construção civil, enfim. Orçamos tudo isso e juntamos essas informações em planilhas que simulam as condições bancárias, para que o produtor possa enxergar que com a diferença entre uma lavoura irrigada e de sequeiro, ele não só conseguirá pagar a sua máquina tranquilamente, como vai sobrar dinheiro nesse prazo de financiamento, que é de oito anos, sendo um de carência”.
Thassio lembra que uma família da região de Maringá, depois de investir em uma estrutura de irrigação para soja e milho, ficou tão satisfeita com os resultados que em menos de um ano decidiu adquirir o seu segundo pivô. “A irrigação com pivô central não está focada apenas em soja e milho, mas também em pastagem, podendo aumentar consideravelmente a produtividade animal, e até mesmo frutíferas, como pomares de laranja em formatos circulares, que acompanham a movimentação do equipamento”.