Com o apoio da Unidade da Cocamar em Nova Fátima, município do norte do estado, uma das maiores festividades organizadas em uma propriedade rural no Brasil, em prol do Hospital do Câncer de Londrina, e que já acontece há vários anos, está programada para os dias 7 e 8 de setembro.
O produtor rural Luiz Carlos Rocha, o Carlinhos, e sua esposa Enilza Jacob, a Nilzinha, moradores na comunidade do Areião, lideram a iniciativa. Com um casal de filhos – Luiz Felipe e Alana -, eles residem em uma casa modesta na propriedade onde cultivam 15 mil pés de café, sua principal fonte de renda.
No ano passado, pelo quinto ano consecutivo, os dois organizaram o evento em um barracão ao lado da capela que construíram no próprio sítio. A realização contou com a participação de nada menos que 1,5 mil pessoas de Nova Fátima e cidades próximas.
Tudo acontece num sábado e domingo, sendo que neste, após o almoço, é realizado o Leilão do Bem Cuidar, um dos leilões oficiais do HC e no qual são ofertados animais doados por produtores da redondeza. Mais de 50 voluntários se prontificam a ajudar nas tarefas e no atendimento ao público. Na última edição, o lucro de aproximadamente R$ 120 mil obtido com a venda dos convites para o almoço e o leilão superou em muito os R$ 72 mil auferidos em 2022.
Tudo começou há cinco anos quando Carlinhos e Nilzinha foram procurados por um amigo, Nilson Rodrigues, morador na vizinha Congoinhas, que já era voluntário de ações em benefício do hospital. Ele sugeriu promover um almoço no barracão da capela para arrecadar recursos e ajudar aquela instituição.
Segundo Nilzinha, a ideia parecia despretensiosa, mas ao percorrerem propriedades rurais e casas das imediações em busca de apoio, os dois se empolgaram com a receptividade das famílias. “Então, fizemos o primeiro evento, deu certo e muita gente já ficou na expectativa do segundo, no ano seguinte, interessada em continuar contribuindo com a doação de alimentos e até animais vivos”, conta.
Assim, a cada ano, o almoço e o leilão foram ganhando dimensão, com um número crescente de adesões. Para se ter ideia, na última edição, nos contatos com produtores, os organizadores conseguiram 29 novilhas, 17 porcos e mais de 500 frangos. “Cada qual doa o que pode e mesmo as famílias mais humildes fazem questão de participar com um quilo de feijão, um quilo de arroz, um litro de óleo”, comenta Carlinhos.
Nilzinha explica que como as famílias se comprometem com bastante antecedência em fazer doações, ela vai anotando tudo em um caderno para, posteriormente, organizar uma equipe e fazer o recolhimento.
Nascido ali mesmo na localidade, Carlinhos conta que seus pais já mantinham o hábito de promover campanhas beneficentes. “Sempre fizemos festas para apoiar a igreja”, cita. Em relação ao almoço e ao Leilão do Bem Cuidar, o objetivo é continuar evoluindo a cada realização. Para isso, em 2024, Nilzinha espera continuar contando com a generosidade dos doadores e o apoio dos voluntários, “porque sozinha a gente não consegue fazer nada”.
Sobre a sua satisfação em liderar ao lado do marido uma iniciativa com um propósito tão nobre, ela diz que “não tem preço trabalhar por uma causa do bem e ajudar pessoas que nem conhecemos”, salientando ainda que a alegria de ajudar ao próximo está sendo transmitida aos filhos. “É muito melhor ajudar do que ser ajudado, o coração fica mais leve”, complementa Carlinhos.
“Gigantes no trabalho” - Coordenador de leilões oficiais do Hospital do Câncer de Londrina, Fábio Maneiro cita que “O Hospital só tem a agradecer ao Carlos e a Enilza, que junto com muitos outros voluntários ‘gigantes no trabalho’, ajudam a instituição a cuidar dos pacientes da região. O filho deles, Luiz Felipe, é um exemplo de jovem que segue a tradição de voluntariado que vem desde seus avós”.
Segundo Iracema Fabian, que coordena o voluntariado e participa do conselho do Hospital, são atendidas, em média, 2,2 mil pacientes por dia. “Sou voluntária há 13 anos porque vejo a importância do trabalho e a seriedade da administração do hospital. Temos orgulho de ser esperança para tantos pacientes e suas famílias”, afirma.
O Hospital do Câncer de Londrina é uma instituição filantrópica com 60 anos que atende pacientes de mais de 200 municípios do Paraná, além de outros estados e até de países vizinhos, que não pagam nada por isso.